A Cimed, terceira maior farmacêutica do país em volume de vendas e pioneira na pesquisa científica espacial no Brasil, avança mais uma etapa do projeto Cimed X com o envio de leveduras para a Estação Espacial Internacional. Dessa vez, o objetivo do estudo é testar a absorção de vitaminas e minerais do multivitamínico da farmacêutica, Lavitan X Bio Complex, usando leveduras — microrganismos utilizados como modelo animal e que compartilham alguns genes com os humanos — e ter maior embasamento científico para entender sobre um tema muito importante nos dias atuais, a longevidade.
Ao ser enviado para o espaço, a baixa gravidade faz com que esses materiais enfrentem uma situação que não estão acostumados, o que gera algumas alterações em nível molecular celular. O espaço funciona como um agente acelerador dessas alterações, possibilitando entender como a levedura, por exemplo, se comporta frente a um “estresse”, que é a força gravitacional diminuída e radiação cósmica.
Dessa forma, o Lavitan X Bio Complex, produto rico em antioxidantes e vitaminas, responsáveis por combater os efeitos do envelhecimento, será testado neste ambiente que pode ser considerado como um acelerador das condições de estresse. Espera-se que nesse teste com as leveduras no espaço poderá se compreender o mecanismo dos antioxidantes e vitaminas e seu real envolvimento no caminho para a longevidade saudável.
Um tubo flexível, chamado Mix Stix, com quatro compartimentos, será preparado com as leveduras e com a solução como meio de cultura contendo o complexo vitamínico e outra sem o complexo vitamínico. A partir daí começam a ser monitoradas as curvas de crescimento desta levedura. Elas vão ficar cerca de um mês na Estação Espacial Internacional.
Enquanto isso em terra, o mesmo experimento será realizado, para a comparação entre os resultados. O estudo foi desenvolvido em parceria com os pesquisadores do Núcleo de Pesquisa em Astrobiologia da USP.
“O CimedX é um projeto que busca aliar a nossa atuação a alguns dos mais importantes cientistas e centros de excelência técnica do mundo para o desenvolvimento de produtos farmacêuticos altamente tecnológicos a preços acessíveis à nossa população”, explica João Adibe, CEO da Cimed.
No final de 2021, a Cimed iniciou o projeto Cimed X, que em sua primeira fase consistia em uma parceria com a empresa de logística Airvantis e o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização supervisionada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), para viabilizar o experimento de cristalização da proteína do vírus SARS-Cov-2 no espaço.
O projeto prevê ainda investimento de R$ 300 milhões, em um período de cinco anos, para pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, também por meio de estudos no espaço.