Cuidados com o coração e novos métodos de tratamento podem salvar vidas

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte no Brasil. Segundo dados do Portal da Transparência do Centro de Registro Civil (CRC), o número de óbitos devido à doença aumentou, passando de 103.769 em 2019 para 112.052 em 2023. Até agosto de 2024, mais de 50 mil pessoas já haviam falecido em decorrência do AVC, que ocupa uma das primeiras posições entre as causas de mortes cardiovasculares no país, atrás apenas do infarto (1).

No entanto, o que poucas pessoas têm conhecimento é que doenças do coração podem contribuir para o aumento do risco de AVC. Uma dessas é a fibrilação atrial (FA), que é uma das condições cardíacas mais prevalentes no Brasil, afetando cerca de 1,5 milhão de pessoas, sendo que de 40% a 50% dos casos são assintomáticos (2). Quando não tratada, a FA pode levar a complicações graves, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC), e pacientes que são acometidos por ela podem ter até cinco vezes mais chances de uma ocorrência como essa (3). Em um contexto de conscientização sobre o AVC, neste mês de outubro, a chegada de inovações como o Watchman FLX™ traz novas possibilidades de prevenção e melhoria da qualidade de vida dos pacientes.

O Watchman FLX™ é uma tecnologia de implante cardíaco minimamente invasiva, que surgiu como uma alternativa eficaz na prevenção do AVC em pacientes com fibrilação atrial não valvar, especialmente para pacientes que não podem usar anticoagulantes, como aqueles com histórico de quedas ou problemas renais. O implante já está disponível no rol da ANS desde julho de 2024 e representa um avanço significativo na medicina cardiovascular.

Como funciona o Watchman FLX™?

A fibrilação atrial faz com que o coração bata de maneira irregular, o que favorece a formação de coágulos no apêndice atrial esquerdo. Caso esses coágulos se desloquem para o cérebro, podem causar um AVC. O Watchman FLX™ é um dispositivo que, uma vez posicionado no apêndice atrial esquerdo, o fecha permanentemente, prevenindo que coágulos cheguem à circulação cerebral. Esse procedimento minimamente invasivo é feito por meio de um cateter guiado pela artéria femoral, eliminando a necessidade de um procedimento cirúrgico aberto.

No estudo PINNACLE FLX, foi observado que 96% das pessoas conseguiram parar o uso do anticoagulante (medicamentos que podem causar efeitos colaterais como sangramentos) 45 dias após o implante do Watchman FLX™ (4). O procedimento permite que o paciente recupere sua qualidade de vida, sem a constante preocupação com o risco de AVC ou com os efeitos adversos dos anticoagulantes.

Esse avanço já está disponível no Brasil, com a cobertura pela ANS desde julho de 2024, proporcionando uma nova esperança para milhares de pacientes incompatíveis com anticoagulantes que, antes, não tinham opções eficazes de prevenção do AVC.

A tecnologia já possui mais de 20 anos de estudos clínicos e, atualmente, já são realizados aproximadamente 1.600 implantes semanais nos Estados Unidos. No mundo, mais de 400 mil pacientes já foram beneficiados. Estima-se que o número de procedimentos de fechamento de apêndice atrial esquerdo no Brasil dobre até 2025.

“A fibrilação atrial pode levar a sérios riscos de AVC, mas com o Watchman FLX™, conseguimos reduzir drasticamente esses riscos, oferecendo aos pacientes uma alternativa eficaz e de baixo risco para prevenir complicações graves. É uma tecnologia que proporciona mais segurança e qualidade de vida”, afirma o Dr. Marden Tebet, Cardiologista Intervencionista da Rede D’Or São Luiz São Paulo.

“O Watchman FLX™ representa um avanço crucial na prevenção do AVC em pacientes com fibrilação atrial não valvar, oferecendo uma alternativa segura e eficaz para pacientes que não podem usar anticoagulantes. Além do custo do implante ser significativamente inferior ao tratamento de um AVC, que envolve cuidados paliativos prolongados. E, com o resultado, temos a redução do risco de AVC, permitindo que os pacientes levem uma vida mais tranquila e saudável”, corrobora Kati Dias, Diretora da Unidade de Negócios de Cardiologia Intervencionista da Boston Scientific Brasil, a inovação é um marco na prevenção do AVC.

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