O Fujitsu Laboratories, centro de pesquisa subsidiário da Fujitsu Limited, anuncia o desenvolvimento de um sensor portátil capaz de coletar e analisar rapidamente a concentração de componentes presentes na respiração, como a amônia – que está presente em baixa concentração na respiração e é associada a doenças relacionadas ao estilo de vida .O sensor torna fácil identificar moléculas que, anteriormente, só poderiam ser encontradas em instrumentos de análise de grande porte.
Adicionalmente, ao aplicar a tecnologia, o Fujitsu Laboratories se torna o primeiro no mundo a ter sucesso em um experimento que detecta seletivamente o nonanal, composto orgânico biomarcador para câncer de pulmão.
Ilustração de funcionamento da tecnologia e suas vantagens
A respiração de uma pessoa contém pequenas concentrações de gases que são ligadas às funções corporais e doenças. As substâncias químicas no sangue evaporam nos pulmões e são exaladas. Para verificar a eficiência do sensor, a instituição focou na possível correlação entre amônia e metabolismos vivos e também com a infecção Helicobacter pylori (H. pylori) – fator de risco para câncer de estômago –. Assim, aplicou a característica adsorvedora de amônia – presente em películas de brometo de cobre – para medir pequenas quantidades da substância na respiração de uma pessoa. Com isso, detectou uma sensibilidade aproximadamente 2.500 vezes maior do que para outros gases, destacando a presença da amônia e a possível existência de questões de saúde correlacionadas a ela.
Ainda, com a utilização da mesma tecnologia, observou-se a formação de uma fina camada de moléculas de amina terciária na superfície do brometo de cobre . Isso possibilitou ao Fujitsu Laboratories produzir o primeiro dispositivo eletônico do mundo capaz de detectar, em concentrações de 200 ppb (partes por bilhão), uma substância chamada nonanal, agente biomarcador que aponta a presença de câncer no pulmão.
O centro de pesquisa tem como objetivo aumentar a variedade de gases que podem ser medidos e incorporar a tecnologia em dispositivos wearables, criando um aparelho que seja tão fácil de usar quanto um termômetro. A expectativa é que a análise possa examinar os componentes da respiração sem a necessidade de internação do paciente e sua implementação prática aconteça até 2018. O objetivo é prover uma tecnologia menos invasiva do que outros métodos que envolvem, por exemplo, constrangimentos físicos ou a recolha de amostras de sangue.