segunda-feira, dezembro 9, 2024
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HC firma parceria com ecossistema de empresas para testar tecnologia 5G

por Redação
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O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP) anuncia parceria com um ecossistema diversificado de tecnologia, telecomunicações, governo, universidade e instituição financeira para testar o 5G na saúde. Numa iniciativa do InovaHC, núcleo de inovação do maior complexo hospitalar da América Latina, o projeto OpenCare 5G é coordenado pela Deloitte e tem a participação do Itaú Unibanco, Siemens Healthineers, NEC, Telecom Infra Project (TIP), Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). 

A parceria inovadora reúne atores que têm em comum a criação de soluções baseadas em tecnologia. Com potencial de velocidade até cem vezes maior que o 4G, o 5G amplia a capacidade de transmissão de dados e reduz o tempo de resposta, o que melhora a qualidade dos serviços e é fundamental em processos como os de saúde. No âmbito da engenharia, o projeto promoverá a construção de uma Rede Privada no conceito Open RAN (do inglês Open Radio Access Networks ou Rede de Acesso de Rádio Aberto), altamente inovador, com poucos casos de implementação no mundo em saúde. Trata-se de uma tecnologia aberta e desagregada que tem a intenção de acelerar a implantação do 5G a custos mais baixos do que o modelo tradicional utilizado na indústria de telecomunicações. 

O Open RAN fomenta a democratização de partes da rede de telecomunicações. Ao gerar um ecossistema aberto de provedores, estimula a inovação e acelera o desenvolvimento e disponibilidade ao mercado. O resultado é a redução nos custos e o acesso democrático. Marco Bego, diretor de Inovação do Hospital das Clínicas, destaca o caráter inovador do projeto. Hoje, com a tecnologia 4G pouco disso seria possível, devido ao atraso de resposta no envio de dados. “A ideia é testar a tecnologia Open RAN na saúde para, no final, gerar para a sociedade uma análise com o caso real se o 5G pode auxiliar em diversas áreas e com isso melhorar a jornada do paciente e proporcionar novos serviços em saúde à distância. Com a tecnologia 5G esperamos prover mais acesso na saúde.” 

Parceiros 

Além de criar um ambiente para testes de 5G aplicável em diversos casos de saúde no HC, também faz parte do escopo atrair investidores dos setores de tecnologia, telecomunicações e indústria farmacêutica, promover pesquisas na medicina e engenharia e fomentar o ecossistema de tecnologia nacional, por meio das medtechs e healthtechs. 

Maior organização de serviços profissionais do mundo, a Deloitte está coordenando o projeto. Para Marcia Ogawa, sócia-líder da Indústria de Tecnologia, Mídia e Telecom da Deloitte, o projeto é de extrema relevância social e econômica e fundamental para a saúde pública e desenvolvimento de pesquisas e produtos na área de conectividade. “A utilização do 5G na saúde promove grandes impactos positivos, que vão desde a atração de investimentos para o país e o desenvolvimento de novas tecnologias até a melhoria da qualidade do atendimento, a ampliação do acesso à rede pública, a desospitalização e um melhor fluxo para emergências. Esse projeto ganha contornos ainda mais interessantes por ser realizado dentro do Hospital das Clínicas, o maior hospital da América Latina”, destaca Marcia. 

Líder em tecnologia médica, a Siemens Healthineers participa do projeto OpenCare 5G com duas soluções: a AI Rad Companion, que possibilita aumentar a produtividade de exames, já que o tempo de aquisição de imagens será reduzido com o 5G, e melhorar a qualidade de imagem para o diagnóstico, e a syngo Virtual Cockpit (sVC), que controla à distância e em tempo real equipamentos de ressonância magnética e tomografia computadorizada e poderá se beneficiar com a velocidade do 5G. 

“No segmento da saúde sabemos que escalabilidade e o bom uso da tecnologia podem impactar muitas vidas. Ficamos honrados em participar deste projeto pioneiro e podermos contribuir com soluções que visam melhorar o acesso à saúde de qualidade em um país como o Brasil, de dimensões continentais,” comenta Armando Lopes, diretor geral da área de Imagem e Digitalização da Siemens Healthineers para a América Latina. 

O Itaú Unibanco será parceiro na iniciativa fornecendo a sua expertise em tecnologia, como o primeiro banco no Brasil a utilizar o Open RAN para fornecer a conexão 5G que possibilitará a realização dos projetos-piloto, alocando parte do seu data center. “Estamos felizes em fazer parte de um projeto que busca democratizar e facilitar o acesso à saúde pública no Brasil. É a primeira vez que uma instituição financeira brasileira atua como viabilizadora de tecnologia 5G no Brasil, em uma parceria na qual o Itaú Unibanco entra exclusivamente como parceiro de tecnologia. Iremos utilizar nossa infraestrutura e especialistas para explorar as possibilidades que um sistema inovador como o Open RAN e a aplicabilidade da tecnologia 5G oferecem, em um processo de aprendizagem conjunto que envolve diferentes parceiros que possuem expertises distintas, mas um objetivo em comum: provocar um impacto social positivo na vida das pessoas”, explica Fábio Napoli, diretor de tecnologia no Itaú Unibanco. 

O Telecom Infra Project (TIP), outro parceiro do projeto, é uma comunidade global de empresas e organizações – de provedores de serviços e parceiros de tecnologia a integradores de sistemas – que estão conduzindo soluções de infraestrutura para o avanço da conectividade global. Com foco no desenvolvimento, testagem e implantação de soluções abertas para levar a conectividade até locais que não as possui hoje, o TIP traz o aspecto da tecnologia para o projeto 5G no HC, fornecendo os equipamentos necessários e a expertise para implantação do sistema que será utilizado, no caso, a solução de Open RAN. 

“A rede privada 5G leva a evolução das redes para o próximo nível. As empresas veem o potencial de colher os benefícios do 5G com infraestrutura dedicada para uma experiência de usuário envolvente. O TIP está fornecendo uma plataforma para todos os parceiros incubarem casos de uso de saúde críticos da Inova, expandindo a relevância da comunidade para verticais corporativas, abrindo a porta para mais casos de uso”, explica Sriram Subramanian, Global Technical Lead de 5G Private Networks no TIP. 

A atuação da NEC atravessará todas as fases do projeto, tendo em vista que a empresa atuará como o integrador de sistemas da camada de rede, ou seja, instalação, configuração e comissionamento da rede 5G indoor no ambiente do InovaHC e Data Center do Itaú Unibanco. Contando com a expertise de uma equipe especializada e reconhecida mundialmente na orquestração de soluções, a NEC tem um papel chave no contexto desta iniciativa, uma vez que liderará o desenho e a arquitetura de rede, além de realizar a interface junto a todos os fornecedores de equipamentos e softwares. 

“O fato de a empresa fazer parte dessa iniciativa vem do seu compromisso com valores sociais essenciais, como o meio ambiente, a sociedade e as pessoas. Nesse contexto, a organização está trabalhando para conectar os indivíduos, por meio de tecnologia de ponta, a fim de tornar possíveis ações que contribuem fundamentalmente no nosso dia a dia e no de quem mais carece de acesso às redes de comunicação e à saúde”, afirma Angelo Guerra, presidente da NEC no Brasil. 

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) compõe a parceria com a missão de estimular a adoção de novas tecnologias e de novos modelos de negócios, a fim de contribuir para a maior produtividade do setor industrial e competitividade do país. A ABDI já atua, juntamente à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), com a realização de testes do uso de 5G em redes privativas nas áreas industrial, do agronegócio e de cidades inteligentes. 

“Integrar essa parceria na área da saúde é uma satisfação para a ABDI. É aliar nossa missão de testar soluções inovadoras e investir em novos modelos de negócios com o desejo de tirar o maior proveito das tecnologias em favor da melhoria da qualidade de vida das pessoas. Temos convicção de que o maior desenvolvimento econômico deve estar amparado no bem-estar coletivo”, afirma o presidente da ABDI, Igor Calvet. 

Referência nacional e considerada a mais completa faculdade de engenharia da América Latina, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) também embarcou no projeto. Com vocação para pesquisas científicas e tecnológicas, a instituição será responsável pela arquitetura do sistema e pela metodologia de pesquisa com um olhar para o futuro, atenta em como a tecnologia impactará no desenvolvimento de novas soluções. 

“Testar o 5G na saúde, uma tecnologia de conectividade, é de extrema importância pelo impacto social. A qualidade da informação para a medicina é fundamental e com o 5G é possível evoluir por causa da latência, da banda e da conectividade, confiabilidade. Especialmente num país heterogêneo como é o Brasil, a telemedicina amplia o acesso, barateia o custo e salva vidas”, afirma Moacyr Martucci Júnior, professor titular da Poli-USP. 

Testes 

Para testar a latência – a diferença na resposta na transmissão de dados – o projeto usará como piloto exames de ultrassom e pré-laudos de tomografia e raios X de tórax, ressonância magnética de próstata e de crânio, e a radioterapia. Os casos de uso do 5G na saúde serão testados nas dependências do HC num período de até seis meses com início previsto para janeiro de 2022. 

Com os testes em curso, os agentes estudam meios para acelerar o desenvolvimento dessa tecnologia a fim de democratizar e facilitar processos de saúde pública no Brasil, com fortes impactos sociais e econômicos. Para Giovanni Guido Cerri, presidente da Comissão de Inovação (InovaHC) do Hospital das Clínicas e presidente do Conselho Diretor do Instituto de Radiologia, o projeto terá impacto em toda a cadeia da saúde, acelerando a digitalização, a medicina personalizada, melhorando o acesso e reduzindo custos. “Será um impulso para novos investimentos na saúde e desenvolvimento de tecnologias, além de melhorar o acesso e reduzir desigualdades. Também contribuirá para melhoria da qualidade diagnóstica e da saúde digital.”

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