Encerrando nesta quarta-feira, 7, o painel sobre Saúde Digital do 5X5 Tec Summit Saúde, os participantes discutiram os desafios da digitalização no setor de saúde, visto o crescente uso de dados, IA, Telemedicina e a integração de novas soluções exige novas atitudes e conhecimentos para os profissionais do setor na estratégia e construção de modelos sustentáveis.
Para Caio Soares, presidente da Saúde Digital Brasil e diretor médico na Teladoc Health, houve um avanço de 20 anos em dois durante o período da pandemia em termos de tecnologia no setor de saúde e em especial para a telemedicina. “Além das iniciativas existentes e outras que surgiram, a demanda dos serviços receberam muita aceitação e sucesso na modalidade não presencial. O sistema nunca mais será o mesmo. Ele será modalidade complementar ao sistema com benefícios que impactam a saúde individual e populacional. Não dá mais para imaginar o sistema de atendimento sem ela.” Segundo o médico, um dos gargalos no sistema público e privado é o acesso ao sistema e o tempo que leva entre o atendimento e sua resolução.
“Não se pode acreditar que os problemas que existem presencialmente serão eliminados no virtual, às vezes até se repetem, mas existem boas possibilidades de logística, mais proteção de dados e outros benefícios aos usuários”, reforçou.
Soares aponta que hoje o desafio desse segmento está ocorrendo em torno da regulamentação que já avançou muito desde 2002 , mas que agora espera por um amparo jurídico , a fim de que se possa implementar novos projetos de telemedicina.
“Houve muitas mudanças no perfil do profissional de saúde nos últimos anos, na sua formação profissional e muitas tecnologias já serão naturais nos caminhos para a nova sociedade em poucos anos, daí se preparar para as mudanças em curso ter uma legislação forte é imperativo “, reforçou o especialista.
Para ele , a expectativa das evoluções tecnológicas são positivas para o futuro da saúde, desde o poder de processamento das informações, da implantação plena do 5G pela conectividade e para projetos de prontuários únicos com interoperabilidade que poderá beneficiar não só pacientes, mas os profissionais e a indústria em geral.
Segundo Cristian Rocha, cofundador & CEO do LAURA, o uso da IA e da arquitetura de dados possibilita levar a saúde preditiva ao alcance de um maior número de pessoas neste cenário de tecnologias disruptivas. “O maior impacto da tecnologia ocorre no desafio do tratamento dos dados com governança e tirar valor dos dados para uma infinidade de sistemas dentro das instituições de saúde. “, salientou o especialista.
Para ele, a Saúde data driven já existe, mas para conseguir usar o potencial por meio dos dados, existem passos a serem alcançados como a interoperabilidade entre sistemas, a implantação de padrões semânticos e – até a aderência a protocolos internacionais para melhor exploração destes dados, até se chegar ao uso em larga escala de IA e Machine Learning dentro dos hospitais e outros serviços ligados à saúde.
Lucas Baraças, cofundador e CEO da Vigilantes do Sono, lembrou também da disrupção na saúde representada pelas healthtechs. “A sustentabilidade e os modelos de negócios foram desafios já superados em parte pelas das startups de saúde, foram muitas as dificuldades iniciais por questão de regulamentação, embasamento de pesquisas suportando as soluções e depois na busca de investidores para só então deslanchar o mercado”, frisou o especialista.
Ricardo Moraes, diretor médico de Soluções Digitais da Afya, evidenciou na sua apresentação como a tecnologia ajuda na formação do profissional de saúde. “Aconteceu uma mudança no cenário da formação dos profissionais de saúde plugando soluções digitais com a interoperabilidade da Medicina, mais a realidade virtual trazendo uma transformação no core da educação profissional”, reiterou o especialista.
“Agora é importante nesta formação dar conhecimento sobre as tecnologias que farão parte do cotidiano desse profissional e ao mesmo tempo no incentivo a novas habilidades, com soft skill sendo importante diferencial para ele no novo mercado que está se apresentando”, disse.
“A jornada do médico em início de carreira ou dos que já estão atuando passa pela tecnologia seja no suporte à decisão clínica, ao diagnóstico, no tratamento – até na telemedicina. Trazer essas ferramentas e soluções são fundamentais para o mercado, ampliando conhecimentos sobre finanças, a fim de possibilitar que ele saiba estruturar, organizar, etc., a fim de melhorar a interação dos profissionais e pacientes e entre eles e os sistemas onde atuam”, ressaltou.