Durante o Seminário de RH: O Futuro do Trabalho em Tempos de Disrupção, promovido em São Paulo no último dia 9 pela Mercer Marsh Benefícios, foi apresentada a pesquisa Tendências Médicas 2018, mostrando o crescimento dos custos hospitalares e novas tecnologias que transformam o ambiente corporativo.
Ela mostra que tecnologia é dos principais investimentos das operadoras de saúde para transformar esse cenário: 47% delas estão investindo em data analytics e em 24% tecnologia para usuário final.
O relatório mostrou um mapa completo e o ranking dos custos médicos hospitalares no mundo englobando 62 países, 225 operadoras, sendo 38% na América Latina, 17% Oriente Médio e África 35% na Europa.
Ela constatou que o Brasil em 2018 teve a 3ª média mais alta de inflação, 15,4% de inflação médica contra, 3,6% na média geral do país, uma diferença acima de 11,8 pontos percentuais, perdendo apenas para Argentina e Egito. Globalmente a inflação médica é de 9,1% contra uma média anual da inflação geral de 3,5%, ou seja 5,6 pontos percentuais acima da média.
Os influenciadores dos custos por grupo de serviços são:
*21% despesas hospitalares de sala de cirurgia, quarto de internação, farmácia e locação de equipamentos para pacientes internados;
* 20% honorários médicos cobrados de pacientes ambulatorial;
* 20% de honorários médicos e outros profissionais de saúde cobrados de pacientes internados;
*18% de medicamentos, materiais, próteses e suprimentos de pacientes internados/;
*10% de medicamentos, materiais, próteses e suprimentos de pacientes não internados.
Na América Latina os maiores custos são nas áreas de Oncologia, Aparelho Circulatório, Ortopedia; globalmente são de Oncologia, Aparelho Circulatório e Aparelho Respiratório.
O gerente para gestão e promoção de saúde da Mercer Marsh Benefícios, Helder Valério, que apresentou a pesquisa, disse que este cenário se reflete nos valores dos planos de saúde corporativos, quais são os fatores de riscos que impactam os custos médicos e hospitalares, dentre outros. “São necessárias ações integradas de gestão de saúde, qualidade de vida e bem-estar com metas de curto, médio e longo prazo para envolver todos atores neste panorama”, explica.
Também fazem parte desta plenária a diretora técnica e de relacionamento com clientes da SulAmérica, Raquel Giglio, e o diretor da CarePlus, Ricardo Salem.
Também fazem parte da plenária que discutiu a pesquisa, diretora técnica e de relacionamento com clientes da SulAmérica, Raquel Giglio e o diretor da CarePlus, Ricardo Salem.
Para eles, o país enfrenta aumento de custos advindos de desperdícios com exames repetitivos e desnecessários, problemas de judicialização da saúde, inclusão de novos tratamentos e medicamentos no rol da ANS, fraudes com recibos de reembolso, problemas culturais com desperdícios, etc.
Raquel Giglio explicou que a SuAmérica tem várias iniciativas que melhoram o atendimento e ao mesmo tempo reduzem custo, como o aplicativo móvel pelo qual o usuário pode solicitas reembolso de despesas hospitalares. “Usamos inteligência artificial que confere a assinatura dos médicos nos recibos e compara com uma base de dados, a fim de detectar possíveis fraudes”, explica. Outra iniciativa é o recém anunciado serviço de consulta domiciliar para crianças e idosos acima de 65 anos, que reduziu o custo de R$ 700 para R$ 200 por atendimento.
A CarePlus, segundo seu diretor Ricardo Salem, adota o chamado Valued Based Healthcare (assistência médica baseada em valor) onde um grupo de médicos e hospitais é remunerado com base nos resultados de saúde do paciente. “Numa rede selecionada de médicos e hospitais existe um programa pré-definido onde os procedimentos e custos já são acordados dentro de um programa de excelência”, explica.