A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) abriu consulta pública que discute a inclusão nos planos de saúde do primeiro e único tratamento de terceira geração disponível no Brasil para pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC). Apesar do parecer preliminar da agência desfavorável à incorporação, o processo de avaliação é aberto à sociedade civil até o dia 24 deste mês e pode ser acessado pelo link.
Tipo de câncer raro causado por uma excessiva proliferação da linhagem mieloide, a LMC tem uma incidência de um a dois casos para cada 100 mil habitantes, o que corresponde de 15% a 20% das leucemias. No Brasil, cerca de 1.800 pacientes são diagnosticados anualmente com a doença.
Na prática, a incorporação do cloridrato de ponatinibe pode representar a única alternativa disponível para quem tem LMC e falhou às terapias de segunda geração, o que constitui um importante desafio terapêutico e uma necessidade médica ainda não atendida.
O potencial do cloridrato de ponatinibe foi constatado por meio do estudo Pace, que acompanhou indivíduos elegíveis à terapia durante cinco anos e mostrou segurança e eficácia, além de uma resposta duradoura em pacientes expostos a múltiplas linhas de tratamento e em indivíduos com mutações no gene de fusão BCR-ABL, incluindo a mais resistente T315I. Aprovado em 2019 no Brasil, o medicamento é o único inibidor de tirosina-quinase (TKI) de terceira geração disponível no país.
A leucemia mieloide crônica (LMC) é um tipo de câncer causado por uma excessiva proliferação da linhagem mieloide, seguida por uma perda progressiva da diferenciação celular, o que resulta num quadro de leucemia aguda. Associada a uma anormalidade citogenética específica, o cromossoma Philadelphia (Ph), a LMC não é uma doença curável com a terapia medicamentosa.
Os principais sintomas da LMC são: fadiga, diminuição do fôlego durante as atividades diárias, febre, dores nos ossos, perda de peso sem motivo aparente, dores abaixo da costela ou no lado esquerdo devido ao baço aumentado e suor noturno.