A Radiologia Intervencionista (RI), especialidade médica voltada à realização de procedimentos minimamente invasivos guiados por imagem, tem incorporado tecnologias como inteligência artificial (IA) e robótica para ampliar a precisão, reduzir riscos e tornar os atendimentos mais seguros e personalizados. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (Sobrice) tem atuado na capacitação profissional, no debate sobre inovações e na promoção do uso responsável dessas ferramentas.
De acordo com o Dr. Lucas Monsignore, presidente da Sobrice, a IA já é utilizada no apoio ao diagnóstico e no planejamento de intervenções como ablações, embolizações e drenagens. “A inteligência artificial é uma aliada poderosa da radiologia. Ela consegue analisar imagens com agilidade, aprender com os dados e se aperfeiçoar continuamente”, afirma. Segundo ele, essa aplicação pode resultar em diagnósticos mais rápidos e intervenções com menos margem de erro.
Entre os recursos já utilizados, a IA colabora na identificação e delimitação de lesões, geração de imagens em 3D e fornecimento de dados em tempo real para guiar os especialistas. Ferramentas baseadas em aprendizado de máquina também ajudam a prever riscos e a personalizar condutas clínicas.
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A robótica, por sua vez, começa a ser adotada em centros com maior infraestrutura, principalmente em caráter de pesquisa clínica. Em procedimentos vasculares, braços robóticos podem conduzir cateteres com alta precisão, reduzindo o tempo de intervenção, o uso de contraste iodado e a exposição à radiação. Além disso, possibilitam ao médico operar com maior conforto e segurança por meio do controle remoto dos equipamentos. “A robótica pode contribuir de forma significativa nos procedimentos, oferecendo mais segurança para o paciente e mais conforto e controle para o médico”, destaca Monsignore.
Apesar dos avanços, o acesso a essas tecnologias ainda é restrito aos grandes centros urbanos e hospitais de referência. Para ampliar a difusão, a Sobrice investe em ações de capacitação e no estímulo a soluções adaptadas à realidade brasileira. A entidade tem incluído temas como IA, machine learning e cirurgia robótica em suas jornadas, congressos e cursos de atualização. Também mantém parcerias com universidades e centros de pesquisa para fomentar o desenvolvimento de tecnologias acessíveis.
“Acreditamos que o Brasil deve acompanhar a inovação global, mas também desenvolver soluções próprias, de acordo com as necessidades do nosso sistema de saúde”, afirma Monsignore.
A Sobrice avalia que a democratização do acesso às tecnologias será um dos principais desafios nos próximos anos. Para garantir que recursos como IA e robótica beneficiem os pacientes de forma ética e igualitária, será necessário o envolvimento de todos os setores da saúde.
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