A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Público de Saúde (Conitec) abriu nesta quinta-feira, 28, a consulta pública de número 37/2023 para inclusão da imunoterapia pembrolizumabe como tratamento para câncer de pulmão pelo SUS. A população pode registrar a sua opinião até 10 de outubro pelo site da instituição. Esse tumor representa a principal causa de morte relacionada ao câncer, e no Brasil é o terceiro tipo mais comum em homens (atingindo 7,5% da população masculina) e o quarto entre as mulheres (com 6,0%).
Ainda é um desafio no país o diagnóstico precoce e mais de 80% dos casos são descobertos já em estágio avançado ou em metástase. Por isso, é essencial manter os exames de rotina atualizados e estar atento aos sintomas. Os principais sinais são tosse e rouquidão persistentes, dor torácica, escarro com sangue, sangramento pelas vias respiratórias, falta de ar e emagrecimento sem motivo.
O debate envolve um dos tratamentos mais inovadores disponíveis atualmente: a imunoterapia. Capaz de identificar células cancerígenas camufladas e eliminá-las, é também conhecida como terapia imunológica ou imuno-oncologia e oferece aos pacientes mecanismos mais assertivos para responder à doença. A terapia mudou o paradigma da história do câncer de pulmão.
De acordo com um estudo de pacientes com câncer de pulmão tratados no Instituto Nacional de Câncer (Inca) José Alencar Gomes da Silva mostrou uma probabilidade de sobrevida em cinco anos de 2,5% no estadio metastático da doença. Com o advento da imunoterapia e terapia guiada por um marcador biológico, essa porcentagem de pacientes vivos em cinco anos com doença metastática chegou a uma taxa de 31,9% conforme demonstrado em um ensaio clínico de fase 3. Hoje temos mais informações, como biomarcadores, que direcionam o tratamento para uma individualização e melhores resultados. Tudo isso, mostra a importância dos avanços no tratamento desta doença tão prevalente em todo mundo”.
Existem modalidades distintas atualmente para o tratamento do câncer de pulmão, que variam de acordo com o estágio da doença e características individuais do paciente. As cinco principais são:
- Cirurgia: É indicada em estágios iniciais do câncer, onde o tumor pode ser removido cirurgicamente;
- Quimioterapia: Uso de medicamentos para eliminar ou inibir o crescimento das células cancerígenas em todo o corpo;
- Radioterapia: Uso de radiação de alta energia para destruir ou danificar as células cancerígenas;
- Terapia-alvo: Tratamento que ataca características específicas das células cancerígenas, visando genes e proteínas específicas do tumor;
- Imunoterapia: É uma abordagem inovadora que estimula ou fortalece o sistema imunológico do próprio paciente para combater e destruir as células cancerígenas ou células doentes
Hoje, estão disponíveis no SUS o tratamento com cirurgia, quimioterapia e radioterapia, e está aberta a consulta pública pela Conitec para inclusão da imunoterapia.
