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Startup Neurogram atrai seis fundos internacionais para IA aplicada à análise do cérebro

por Redação
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A Neurogram, uma startup brasileira voltada à inteligência artificial aplicada à análise de informações do cérebro, desenvolveu um algoritmo capaz de analisar grandes sequências de eletroencefalogramas (EEG), utilizando computadores comuns com acesso à Internet.

Uma das vantagens do sistema está em operar em conexão com aparelhos de coleta de EEG preexistentes e tidos como padrão de mercado, dispensando a compra de hardware.

Antes das séries de captação (estágio pre-seed das startups), a tecnologia da Neurogram atraiu a participação de seis fundos internacionais que, juntos, liberaram um aporte garantidor de cerca de R$ 5 milhões. São eles: Starship Ventures, Caffeinated Capital, Z. Fellows Fund, Dorm Room Fund, Fusen Fund e Hustle Fund.

A solução da Neurogram foi desenvolvida por um grupo de pesquisadores do Brasil e dos EUA, sob a liderança da neurocientista brasileira Daniele De Mari. Uma parte deste trabalho ocorreu nos laboratórios avançados de neurofisiologia e neuroengenharia da Universidade da Georgia (EUA), ao longo de quatro anos.

No Brasil, a tecnologia já é usada em várias práticas médicas, como o monitoramento do cérebro de pacientes em UTI, para a detecção de contexto pré-convulsivo, e no mapeamento de mecanismos de sono e vigília, além de serviços de análise diagnóstica.

Com a ferramenta da Neurogram, médicos e cientistas podem obter análises comparativas de ondas do cérebro em sequências dinâmicas de EEG. Estas inspeções viabilizam insights com maior nível de acurácia, tanto na pesquisa quanto na neurofisiologia clínica.

“A inteligência artificial estabelece biomarcadores capazes de analisar a situação do paciente (e sua propensão) no exato momento do exame neurológico. Com isto, se torna possível avançar com o diagnóstico preditivo, antecipando-se à ocorrência de acidentes e surtos ou a evolução descontrolada dos distúrbios”, explica De Mari.

Alertas de risco neurológico para médicos e pacientes

A plataforma da Neurogram tem sido usada também para monitorar a atividade cerebral em situação de leito hospitalar. Nessa situação, ela emite alertas de risco para as equipes médicas, ou para a enfermagem, e propicia a coleta em massa de informações sobre padrões cerebrais, úteis para a clínica e para a pesquisa.

A coleta de informações em grande volume, de múltiplos pacientes, facilita o estudo de variáveis, como a reação do cérebro dos pacientes à ação de substâncias farmacológicas e o impacto das terapias, ou dos eventos traumáticos observados durante o tratamento.

Segundo Daniele De Mari, o engajamento de  lideranças médicas e acadêmicas atesta a tecnologia da Neurogram para o diagnóstico e acompanhamento de distúrbios neurológicos e psiquiátricos, em vários níveis de gravidade. As aplicações abordam distúrbios como epilepsia, TDAH, esquizofrenia, enxaqueca, Alzheimer, Parkinson, depressão e contextos convulsivos.

Da imagem fixa à dinâmica

Hoje, o médico coleta ondas cerebrais do paciente limitadas a um curto período, através de eletrodos monitorados por um software proprietário. Estes registros não são passíveis de acesso remoto ou compartilhamento, e ficam restritos a um determinado hardware.

O paciente, por sua vez, tem acesso apenas a laudos impressos, de forma fragmentada, representando um determinado momento. Estes gráficos precisam ser retirados presencialmente, caso necessitem ser apresentados a outro profissional de saúde.

Com a plataforma da Neurogram, os médicos e os pacientes poderão dispor de tokens para acessar seus diagramas individuais de forma segura e privativa, através da internet.

Para a comunidade médico-científica, este modelo permite realimentar constantemente a massa crítica já existente em EEG, coletada em clínicas ou hospitais públicos e privados, fazendo a melhoria contínua dos processos.

“Nossa inteligência analítica permite a criação de bases de dados totalmente anonimizadas. Isto resulta numa ferramenta de pesquisa com potencial disruptivo para o universo da saúde neurológica”, completa Daniele De Mari.

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