A Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), responsável por gerir sistemas de diagnóstico por imagem em 85 unidades na rede pública de saúde, implantou um projeto de inteligência artificial (AI) aplicado nos exames de tomografia de crânio e de coluna cervical realizados em três hospitais públicos de Goiânia.
A tecnologia identifica lesões em tomografias por meio de inteligência artificial, auxiliando e sinalizando via sistema que o paciente deve ter o atendimento e o laudo priorizados. Os hospitais beneficiados foram o Hospital Geral de Goiânia (HGG), o Hospital Estadual de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (HUGO) e o Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (HUGOL).
O projeto começou com a parceria entre a FIDI e a AIDOC, startup focada em aplicar AI à radiologia. A expectativa é oferecer atendimento qualificado no menor tempo possível em casos de traumatismos, acidente vascular cerebral e outras situações que determinem dano cerebral, a fim de reduzir sequelas e até mesmo salvar vidas. Desde a implantação do projeto, no início deste ano, 92% dos casos em que havia sangramentos foram devidamente detectados e priorizados pelo algoritmo.
Em novembro de 2017, a ferramenta recebeu o CE Mark, certificação da União Europeia que atesta a aplicabilidade e segurança de dispositivos médicos. Além disso, o software recebeu autorização da Food and Drug Administration (FDA), órgão governamental dos Estados Unidos que faz a regulação dos alimentos e equipamentos médicos.
O objetivo não é substituir o capital humano no processo de análise e elaboração de laudos, já que todos os exames são analisados e laudados pelo médico radiologista, e sim dar ainda mais precisão e agilidade ao profissional.
“Todo desenvolvimento tecnológico é usado em benefício do paciente. Com a ferramenta, nós agilizamos o atendimento de pessoas com quadro mais grave e que nem sempre é visível antes da análise do exame”, afirma Igor dos Santos, Médico Radiologista e Chefe de Inovação da FIDI.
Sistema de inteligência artificial
O processo segue o seguinte fluxo: ao realizar um exame, as imagens seguem para o servidor da FIDI, que identifica se é uma tomografia de crânio, oculta os dados do paciente e envia para o servidor da AIDOC na nuvem. As imagens são devolvidas para o servidor da FIDI com as marcações das lesões, se houver. O exame é reidentificado com os dados do paciente e segue para a central de laudos da FIDI.
Na central de laudos, o sistema prioriza automaticamente o exame que apresenta quadro grave, permitindo ao médico radiologista analisar e laudar mais rapidamente para acelerar o atendimento ao paciente. “É importante salientar que as imagens que seguem para o servidor da AIDOC continuam simultaneamente disponíveis na central de laudos da FIDI, ou seja, o uso da ferramenta não inviabiliza o trabalho já realizado normalmente”, explica dos Santos.