segunda-feira, abril 29, 2024
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Inédito no Brasil, exame pode antecipar diagnóstico de doença de Alzheimer

por Redação
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O Hospital Albert Einstein passa a realizar, a partir deste mês, um exame automatizado para o diagnóstico de Alzheimer. Oferecido pela Roche Diagnóstica, o teste Elecsys CSF é capaz de avaliar de maneira simplificada e padronizada a dosagem de biomarcadores TAU e beta-amiloide no líquor, proteínas que têm associação com a doença, com resultados rápidos — em menos de 20 minutos — e de alta precisão.

No passado, as amostras de líquor coletadas pelo hospital eram enviadas para o exterior, levando de seis a oito semanas para os resultados. Mais recentemente, o Einstein já havia internalizado a análise do material, mas a realizava de forma manual, em até dez dias.

Agora, com a automação, será possível simplificar o processo analítico, além de excluir interferentes por ser um sistema fechado de diagnóstico. A vantagem vai além dos muros da organização, já que seu laboratório também presta serviços para outros hospitais e laboratórios em todo território nacional.

De acordo com Ivan Okamoto, neurologista do Núcleo de Excelência em Memória (Nemo), do Einstein, cada vez mais se faz importante um diagnóstico preciso da doença de Alzheimer. “Isso porque, se antes as intervenções mais efetivas junto a pacientes com doença inicial não existiam, atualmente, os avanços da medicina vêm ampliando as possibilidades de tratamentos nesse grupo de pessoas”, comenta.

Segundo o especialista, a doença de Alzheimer pode se iniciar de 15 a 20 anos antes do seu primeiro sintoma clínico. O paciente sem manifestação clínica entra em uma fase de “comprometimento cognitivo leve” (CCL) e, depois, passa para um estágio mais avançado da doença, que pode ser leve, moderado ou grave.

Os sintomas se desenvolvem de forma progressiva, em geral começando com comprometimento da memória, seguido de deterioração em outras habilidades cognitivas, resultando em perda gradual da capacidade de realizar atividades da vida diária e impactando não só a memória, como a linguagem e a percepção do mundo.

No Brasil, cerca de 1,2 milhão pessoas vivem com alguma forma de demência e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano. Em todo o mundo, o número chega a 50 milhões de pessoas.

Embora o comprometimento cognitivo leve não seja determinante para o desenvolvimento de distúrbios neurodegenerativos progressivos, cerca de 35% dos pacientes que apresentam este fator evoluem para demência com traços de Alzheimer². A busca por um médico especialista e por um diagnóstico no momento certo é crucial para aconselhamento, planejamento de tratamento e cuidados mais adequados para cada fase da doença.

O neurologista destaca que o check-up de memória envolve testes clínicos simples de rastreio com avaliação neuropsicológica e exames de imagem, como o PET amilóide cerebral. Mas, com o apoio de inovações como a disponibilizada pela Roche Diagnóstica, a detecção da doença pode ser realizada em estágios iniciais a partir de biomarcadores, o que contribui para interromper sua progressão.

“O diagnóstico clínico em um paciente com comprometimento cognitivo leve é extremamente desafiador, por isso há necessidade de testes diagnósticos mais precisos, como o nosso. Estamos trazendo para o mercado os testes IVD, em amostras de líquido cefalorraquidiano (LCR), que aumentam a precisão do diagnóstico e a confiança do médico”, explica Carlos Martins, presidente da Roche Diagnóstica no Brasil.

Cientificamente, a possibilidade de fazer um diagnóstico em fases iniciais é essencial para a avaliação clínica de novos medicamentos potencialmente modificadores da doença contra o Alzheimer. “Os biomarcadores serão fundamentais no contexto da medicina personalizada para identificar e selecionar qual paciente poderá se beneficiar do medicamento e em qual momento. Sairemos de uma classificação clínica, baseada em sintomas, para uma classificação biológica, que verifica, a partir de testes, se o paciente tem a condição e em qual estágio está, para poder intervir com o tratamento adequado”, esclarece Gustavo Bruniera Peres Fernandes, patologista clínico e coordenador de Serviço de Líquor do Hospital Israelita Albert Einstein.

Segundo Okamoto, o avanço na agilidade no diagnóstico da doença é de suma importância, à medida que, cada vez mais, se estudam e aprovam medicamentos para o tratamento de casos de comprometimento leve.

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