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Dasa anuncia criação do maior banco genômico de SARS-CoV-2 do Brasil para combate à Covid-19

por Redação
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A Dasa, rede de saúde integrada, reforça seu compromisso com a pesquisa e ciência brasileira e lança nesta segunda-fira, 17, um projeto de vigilância genômica para acompanhar a evolução do SARS-CoV-2 em tempo real no país. Batizado Genov, o projeto científico de vigilância por sequenciamento amostral do SARS-CoV-2 no Brasil, vai sequenciar 30 mil genomas completos do coronavírus em até 12 meses (3 mil amostras/mês), e tem como objetivo acompanhar e conhecer a evolução genética do vírus, principalmente nesse momento de avanço da P.1 no país. O primeiro boletim com os resultados iniciais de vigilância genômica da Dasa será divulgado já no mês de junho.

Serão investidos R$ 4,8 milhões no desenvolvimento do projeto, que é uma iniciativa independente e patrocinada pela Dasa e vai aumentar em seis vezes o número de sequenciamentos do SARS-CoV-2 no país, formando o maior banco de genoma de vírus brasileiro. A vigilância genômica, junto com o reforço das medidas não farmacológicas (distanciamento e isolamento social, uso de máscara e higienização das mãos) e da oferta de vacinas em larga escala, compõe o tripé da prevenção da Covid-19 e é mais uma contribuição da Dasa para a sociedade civil e científica.

“Estamos diante de uma poderosa ferramenta no combate à Covid-19, o que impacta diretamente no controle da crise sanitária que estamos vivendo mundialmente. O sequenciamento sistemático e de amostra representativa dos novos casos do coronavírus impulsiona de forma significativa a vigilância epidemiológica genômica do SARS-CoV-2 no país e contribui para o avanço do conhecimento sobre o vírus”, explica Gustavo Campana, diretor médico da Dasa.

Segundo o especialista, os dados sequenciados gerados pela Dasa dentro desse projeto poderão colaborar com a sociedade em diferentes frentes, como na geração de informações relevantes ao desenvolvimento de vacinas para melhorar a performance dos imunizantes no combate às novas variantes do coronavírus ou ainda com a promoção de políticas públicas.

“A atuação da Dasa no cenário da pandemia com iniciativas de impacto social não é de hoje. No final de 2020, por exemplo, fomos os primeiros a identificar a presença da variante inglesa (B.1.1.7) no Brasil. Assim que a detectamos, informamos a vigilância epidemiológica e, a partir desse monitoramento, as decisões puderam ser tomadas com base na ciência”, reforça Campana.

O sequenciamento sistemático e de amostra representativa dos novos casos do SARS-CoV-2 permite acompanhar com segurança e agilidade a evolução do vírus em tempo real e vai gerar informações de foco social sobre a prevalência de variantes, dados precoces sobre o aparecimento e impacto de novas variantes de interesse (VOIs) e de preocupação (VOCs) sobre a doença e seu impacto na gravidade do quadro clínico, além de colaborar com a antecipação de medidas efetivas de combate, como isolamento e planos de vacinação, por exemplo.

Os resultados serão divulgados mensalmente no GISAID, banco de dados científico global que fornece acesso aberto a dados genômicos de vírus influenza e coronavírus responsáveis pela pandemia da Covid-19.

“Todos os dados sequenciados gerados pela Dasa serão de domínio público imediatamente, sem privilégio de tempo. Essa agilidade e transparência na gestão, no processamento e na análise das amostras e geração de dados, contribuirão, sem dúvida, para um melhor acompanhamento da pandemia. Estamos colocando nossos recursos humanos, técnicos, operacionais e até nossa estrutura física de diagnóstico genômico em São Paulo para viabilizar o projeto e torná-lo um marco para a ciência brasileira e em prol da nossa sociedade”, prevê o virologista da Dasa, idealizador e pesquisador principal do projeto Genov, José Eduardo Levi. Ele reforça ainda que a iniciativa conta com o aval do Comitê de Ética, afiliado à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).

Além da liderança do Levi, o projeto da Dasa conta com um comitê científico de peso formado por virologistas, imunologistas, infectologistas, patologistas clínicos, cientistas de dados e bioinformatas (profissionais que desenvolvem, gerenciam e analisam dados médicos e biológicos, em especial os genéticos). Os especialistas selecionarão as amostras que serão sequenciadas, com base em critérios clínicos, imunológicos e epidemiológicos, uma das premissas mais importante por considerar a incidência da doença no último mês, em cada região do país.

As amostras analisadas serão provenientes dos laboratórios de medicina diagnóstica da Dasa, espalhados em 900 pontos por todo o Brasil. Já o sequenciamento dessas amostras será realizado no Centro de Diagnóstico em Genômica da Dasa, maior parque tecnológico especializado em sequenciamento genético da América Latina, localizado em São Paulo, e os resultados serão depositados no GISAID, além de serem compartilhados em uma landing page (versão em português e em inglês), que ficará hospedada no site da Dasa, em reports mensais e em notificações oficiais necessárias.

“A maior circulação do vírus é uma oportunidade de vantagem evolutiva e geração de novas variantes que podem ter maior capacidade de infectar células humanas, levando a cargas virais maiores, como vimos na P.1. Isso leva ao aumento da transmissibilidade e, eventualmente, agravamento da doença. É urgente nos anteciparmos a esse cenário, enquanto a vacinação segue seu curso, para que saiamos da situação de crise em que estamos inseridos hoje”, destaca Campana.

Vigilância genômica é repertório para controle da pandemia

O sequenciamento de variantes é imperativo para acompanhar:

– eventuais emergências de variantes que se tornem VOCs (variantes de preocupação)

– casos de escape vacinal para informar ajustes a serem feitos nas vacinas

– rastreio e bloqueio de contactantes de portadores de variantes de atenção

– casos de apresentação clínica anômala (reinfecções, persistências, casos graves em pacientes fora de grupos de risco)

No mundo todo, poucos países fazem vigilância genômica para identificar, caracterizar e isolar as variantes quando elas aparecem na região. Esse processo antecipa o conhecimento e ajuda na tomada de decisões para evitar que a variante se torne dominante naquele território, processo que leva, em média, dois ou três meses. Com a caracterização do perfil de agressividade, é possível evitar aumento de casos graves, mortalidade e colapso do sistema de saúde pela doença.

“Não teria razão de a doença ter um curso diferente se a variante não fosse diferente. A P.1 tem uma mutação que é comum às três variantes de preocupação (VoC) e outras duas mutações que são comuns à sul africana: uma com perfil de escapar de anticorpos e outra que aumenta sua afinidade pelo receptor celular (que infecta mais e por isso se torna mais transmissível), além de outras mutações que ainda não conhecemos o significado biológico”, explica José Eduardo Levi.

Ainda não há dados na literatura que confirmem maior agressividade da P.1, mas a percepção clínica deve ser transformada em conhecimento científico em breve. Há estudos que mostram que a P.1 é de fato mais transmissível e capaz de evadir a resposta imune.

Correlação da variante P1 com desfecho clínico

Com uma visão integral da saúde, a Dasa complementará o projeto de vigilância genômica com informações de evolução e desfecho clínico, para avaliar a correlação da P.1 com dados clínicos dos pacientes tratados nos hospitais da rede. Para tanto, os pesquisadores da Dasa estão conduzindo um estudo retrospectivo de 90 dias (amostras de janeiro a março de 2021) e os primeiros resultados desse estudo devem ficar prontos em até 60 dias. O Reino Unido, por exemplo, mediu desfecho clínico com outras variáveis como idade, comorbidade, sexo e Índice de Massa Corpórea (IMC), e entendeu que a sua variante B.1.1.7 é mais mortal.

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