segunda-feira, dezembro 9, 2024
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Da digitalização à IA: O que esperar do setor de saúde em 2025

por Glauber Garcia e Marcos Gonçalves
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Após a pandemia de COVID-19, o ecossistema de saúde passou por uma transformação significativa. Hospitais, clínicas e outras instituições precisaram acelerar seus processos de transformação digital para lidar com o aumento da demanda por atendimento. Essa mudança provocou uma verdadeira revolução no setor, impactando não apenas os profissionais de saúde, mas também a sociedade, que vivenciou uma clara revolução no cuidado ao paciente e na prestação de serviços de saúde.

De acordo com a pesquisa TIC Saúde 2024, lançada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), 92% dos estabelecimentos de saúde do Brasil têm algum sistema eletrônico para registro das informações dos pacientes. Mesmo assim, 55% dessas informações ainda são mantidas tanto em formato eletrônico quanto em papel, e 6% dos registros continuam sendo feitos exclusivamente em papel.

Levando em conta esse cenário, fica evidente que ainda existem desafios significativos nas instituições de saúde quando se trata de inovação. As mudanças implementadas durante a pandemia, embora importantes, ainda são insuficientes frente à rápida evolução tecnológica enfrentada atualmente.

Tendo em vista esse panorama e com a proximidade do fim do ano, momento em que as instituições de saúde começam a incorporar em seus planejamentos as inovações e desafios para o próximo ano, quais serão as principais tendências que nortearão o setor em 2025?

Integração, digitalização e segurança

Primeiramente, é fundamental considerar o investimento em tecnologias integradas que possam elevar o nível de cuidado e otimizar a gestão das instituições de saúde. Softwares de gestão hospitalar, por exemplo, trazem diversos benefícios, como a centralização das informações dos pacientes, a agilidade nos processos administrativos e a melhoria na tomada de decisões clínicas.

Além disso, a adoção de ferramentas para a digitalização de documentos, assinatura eletrônica, certificação digital e criptografia, com foco em segurança da informação, é vista como essencial para assegurar a integridade e confidencialidade dos dados dos pacientes. Essas tecnologias não apenas facilitam o acesso rápido e seguro às informações, mas também ajudam as instituições a se adequarem às regulamentações vigentes, como a LGPD.

Dessa forma, com essas implementações, as instituições de saúde estarão mais próximas de alcançar uma jornada sem papel ou paperless, garantindo uma operação mais sustentável, além de aumentar sua eficiência e segurança operacional.

Comunicabilidade

Soluções que criam um canal de comunicação direto e em tempo real entre a instituição e o paciente, são altamente promissoras para as empresas do setor de saúde. Nesse contexto, a adesão a uma estratégia de uso simultâneo e interligado de diferentes canais de comunicação, plataformas omnichannel, com o objetivo de estreitar a relação entre pacientes, profissionais de saúde e instituições, torna-se igualmente importante para aumentar a eficiência do cuidado.

Essas plataformas permitem o agendamento de consultas por meio de ferramentas, totalmente integradas ao software de gestão da instituição, o que facilita o processo de agendamento, proporciona comodidade ao paciente – pela disponibilidade de agendamentos 24 horas, 7 dias da semana -, contribui para a redução de ausências em consultas, além de promover eficiência e redução de custos.

Apoio aos profissionais de saúde

Investir na otimização dos processos hospitalares, por meio de ferramentas que auxiliem e facilitem o trabalho dos profissionais de saúde, também é essencial. Para tanto, contar com tecnologias de suporte à decisão clínica para padronizar e otimizar a assistência médica pode ser um caminho assertivo para reduzir a variabilidade do cuidado e oferecer um suporte completo aos médicos, a fim de evitar sobrecargas e garantir um atendimento ainda mais aprimorado.

O paciente não está sozinho

O uso da tecnologia para o acompanhamento de pacientes entre consultas médicas, atendimentos ambulatoriais ou hospitalares ainda é um caminho pouco explorado no setor de saúde.

Nesse contexto, torna-se fundamental que as instituições passem a adotar tecnologias que permitam um monitoramento contínuo dos pacientes, incentivem o autocuidado, promovam o controle de doenças crônicas e melhorem o desfecho de cuidados clínicos, além de ampliar as ações de prevenção.

Aplicando o conceito de PRM (Patient Relationship Management), é possível criar linhas de cuidado para diferentes tipos de acompanhamento em saúde e desenvolver campanhas de prevenção e promoção da saúde em canais de maior conveniência ao paciente, como o WhatsApp.

Inteligência Artificial em ascensão

A Inteligência Artificial (IA) ainda é uma aposta para 2025, com o potencial de transformar a operação das instituições de saúde, automatizando tarefas e analisando grandes volumes de dados, a fim de melhorar a tomada de decisões e aumentar a eficiência, mas sem perder o foco central que é o cuidado ao paciente.

No entanto, antes de adotar a IA, é preciso considerar as outras inovações mencionadas, integrando-as de forma efetiva. Isso garantirá que as instituições de saúde estejam realmente preparadas para um futuro promissor, beneficiando tanto os profissionais quanto os pacientes.

Nesse contexto, é essencial adotar soluções alinhadas ao conceito de Quadruple Aim, que visa não apenas melhorar os resultados institucionais, mas também a experiência dos pacientes e das equipes, além de reduzir os custos associados ao cuidado.

Assim, o sucesso da transformação digital no setor de saúde não depende apenas das tecnologias disponíveis, mas da capacidade de implementar essas inovações de forma estratégica. Dessa forma, o setor estará totalmente preparado para elevar a qualidade do cuidado, proporcionando uma experiência mais eficaz, segura e centrada no paciente.

Glauber Garcia, Diretor Comercial da Digisystem para a área da Saúde e Marcos Gonçalves, CTO da Beth Health Tech.

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