O Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, único projeto social do mundo apadrinhado pelo rei que leva seu nome, ganhará uma nova unidade, no bairro Cabral, em Curitiba (PR). Com a ampliação, a instituição passará a contar agora com uma área de 450 metros quadrados, que vai abrigar mais sete laboratórios e equipamentos de grande porte que o espaço atual não comporta. A nova estrutura pretende aprimorar o desenvolvimento dos 124 estudos científicos em andamento. A inauguração será nesta sexta (17/11).
Além dos laboratórios multiusuários, destinados à realização de diferentes experimentos, a segunda unidade possui ainda dois Laboratórios de Cultivo Celular para ensaios in vitro, um Laboratório de Produtos Naturais para identificação de novos princípios ativos e Laboratórios de Cromatografia e Proteômica, que irão compor o parque tecnológico do Instituto. Esses dois últimos vão permitir o desenvolvimento de novas pesquisas aplicadas à assistência. A principal pretende descobrir quais são os fatores relacionados à resposta terapêutica a determinados medicamentos – utilizado principalmente no tratamento oncológico – por meio da investigação de biomarcadores no proteoma dos pacientes. O outro estudo, complementar, desenvolverá protocolos para monitorar a concentração de medicamentos no sangue, permitindo rápido ajuste de dose, evitando concentrações subterapêuticas sem efeito ou concentrações supraterapêuticas, com potenciais efeitos tóxicos ao paciente. Em ambos os casos, o objetivo será oferecer aos pacientes um tratamento individualizado e assertivo.
“Fazer pesquisas científicas no Brasil é um desafio enorme. A ampliação do Instituto com a inauguração de uma unidade adicional é mais um passo ousado do Pequeno Príncipe, que sempre teve a postura de investir em conhecimento, inovação, pesquisa e humanização em prol da saúde infantojuvenil. São 17 anos de valorização da ciência, importantíssima para novas descobertas e inovações, imprescindível para nortear políticas públicas, gerar aplicações de valor comercial e melhorar a qualidade de vida das pessoas por meio da busca de novas formas de diagnóstico e tratamento”, enfatiza a diretora-geral do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, Ety Cristina Forte Carneiro.
Criado em 2006, com o apoio do maior jogador de futebol de todos os tempos, o Instituto nasceu para contribuir com a redução da mortalidade infantojuvenil por meio de pesquisas sobre doenças complexas que afetam essa população. Por ser uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, a parceria com o rei foi fundamental para garantir visibilidade e recursos para que inúmeros estudos fossem realizados, beneficiando milhares de crianças e adolescentes.
Teste para detecção precoce de um câncer infantil que apresenta altos índices de mortalidade; novo método para realização de exame com custo significativamente menor para o diagnóstico de leucemias; investigação sobre a predisposição genética à infecção pelo coronavírus (COVID-19); análise da prevalência das imunodeficiências primárias em crianças internadas nas UTIs do Pequeno Príncipe; e investigação e diagnóstico de transtornos de déficit de atenção e hiperatividade em crianças da rede municipal de educação de Curitiba. Esses são alguns dos temas investigados pelos pesquisadores do Instituto.
Anualmente, centenas de estudos são desenvolvidos no Instituto de Pesquisa, que hoje reúne 17 pesquisadores principais e 217 alunos de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Com estudos que se distribuem em sete linhas de pesquisa, a instituição também contabiliza 420 artigos publicados em revistas científicas de renome internacional até este ano.
Mestrado e doutorado
Referência em pesquisa científica, o Instituto forma o Complexo Pequeno Príncipe, ao lado do maior hospital pediátrico do Brasil, o Pequeno Príncipe, e da Faculdades Pequeno Príncipe. E, desde 2007, contribui com a formação de profissionais especializados em pediatria, por meio do Programa de Mestrado e Doutorado em Biotecnologia Aplicada à Saúde da Criança e do Adolescente, desenvolvido em parceria com a Faculdades Pequeno Príncipe. Desde a sua implantação, o Instituto já formou 64 mestres e 42 doutores. O programa também é o único no Brasil com interface entre a biotecnologia e a pediatria, que permite o desenvolvimento de ferramentas com inovações no diagnóstico e tratamento, incluindo todas as áreas do conhecimento.
Dia do Rei Pelé
A inauguração foi programada para ocorrer na véspera do Dia do Rei Pelé, celebrado em 19 de novembro. A criação da data foi uma iniciativa do Pequeno Príncipe e que ganhou eco na Câmara Municipal de Curitiba e na Assembleia Legislativa do estado, com aprovação da homenagem no município e no Paraná. O dia foi escolhido em alusão ao milésimo gol do atleta, marcado na mesma data no ano de 1969, e que ele dedicou às crianças. “Aproveito a oportunidade para pedir a todos os brasileiros que não esqueçam as crianças pobres, que não esqueçam os necessitados”, disse à época.
A expectativa agora é para a criação do Dia Nacional do Rei Pelé, explica o diretor-corporativo do Complexo Pequeno Príncipe, José Álvaro Carneiro. Segundo ele, a contribuição do jogador foi imprescindível para os resultados das pesquisas que beneficiam o público infantojuvenil em todo o Brasil e que ultrapassam fronteiras. “Seu apoio abriu e continua abrindo muitas portas na captação de recursos nacionais e internacionais. Ele nos aproximou de esportistas, trouxe visibilidade à ciência e ao Instituto. Ainda, ter o Pelé no time nos encorajou a produzir conhecimento científico para atender crianças e adolescentes e seguir adiante na difícil missão de bem servir a criançada e honrar o legado social do rei”, considera.