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Médico do “futuro”: inovação e empatia em um dos mercados mais concorridos do país

por Rafael Kenji Hamada,
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O mercado de trabalho está em constante evolução e as mudanças também impactam inúmeras profissões. Globalização, tecnologia e novas gerações são as principais responsáveis por essas transformações. A medicina também precisou se adaptar. Antes dominada por homens, a carreira é hoje uma das que mais possui mulheres, até mesmo nas especialidades majoritariamente masculinas, como a ortopedia e cirurgia. O que é muito bom e necessário.

O setor também se destaca pelo número de profissionais. O Brasil já é o segundo país com mais faculdades de medicina do mundo, atrás apenas da Índia, que possui cinco vezes mais habitantes. Nosso país passará de 530 mil médicos em 2022 para cerca de 1 milhão de profissionais formados em 2030. Projeção que ainda causa uma falsa impressão de aumento da cobertura em saúde e que preocupa pela possível saturação da área, principalmente pela qualidade da formação médica.

Com base nesses números e na mudança frequente do mercado de trabalho, os profissionais precisam se adaptar. A profissão está cada vez mais digitalizada, tecnológica, competitiva e desafiadora. Para se destacar, é preciso ir além da residência médica e da subespecialidade. As chamadas soft skills, habilidades comportamentais, determinam o futuro em cena.

Médico 4.0

Baseada na Indústria 4.0, essa tendência vai ao encontro do uso de tecnologia e inovação para transformar a área. O médico 4.0 desenvolve habilidades não ensinadas na faculdade, como a comunicação. Outra qualidade que vem chamando a atenção diz respeito ao interesse genuíno: capacidade de se envolver pelo outro sem querer nada em troca. Afinal, um profissional empático e humano é o sonho de qualquer paciente, cliente, familiar ou colega.

A saúde 4.0 vem acompanhada do que chamamos de “4Ps da saúde 4.0”, que é uma medicina preditiva, preventiva, participativa e personalizada. O médico do futuro sabe utilizar a tecnologia a seu favor, para levar mais autonomia ao paciente, que sempre deve estar no centro do cuidado.

Mas como ser um médico do “futuro”?

Esteja atento ao que está sendo desenvolvido dentro e fora do Brasil;

Enxergue a tecnologia como ferramenta e não como substituta;

Desenvolva habilidades como escuta ativa, comunicação assertiva, interesse genuíno e adaptabilidade;

Saiba trabalhar em equipe e colabore com enfermeiros, técnicos de enfermagem e até profissionais de outros setores, como do financeiro, marketing e jurídico;

Aprenda o básico de marketing, finanças, contabilidade e legislação;

Tenha bons mentores e aprenda com os erros deles.

Esteja presente nas mídias sociais. Talvez essa seja uma das habilidades mais importantes e necessárias a serem desenvolvidas pelo “médico do futuro”. Vá onde seu cliente está.

As redes sociais são hoje os principais canais de vendas e comunicação com clientes. Recentemente, o Conselho Federal de Medicina atualizou as regras de publicidade médica. O Código de Ética em Propaganda Médica proibia publicações como “antes e depois” e restringia a apresentação dos resultados. A nova resolução permite mostrar o trabalho, desde que os profissionais respeitem os limites da ética, protegendo a integridade do paciente.

Fato é: quem não se adapta ao mercado será ultrapassado por ele. A medicina já mudou muito nos últimos anos e ainda vai se transformar a cada nova tecnologia. Portanto, aqueles que não buscarem habilidades para além das salas de aula ficarão para trás.

Rafael Kenji Hamada, médico e CEO da FHE Ventures.

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