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Hospital Santa Catarina realiza implante de cardiodesfibrilador com Bluetooth

por Redação
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O Hospital Santa Catarina realizou o primeiro implante de um cardiodesfibrilador implantável com terapia de ressincronização cardíaca (CDI) e tecnologia Bluetooth da Abbott, empresa global de cuidados para a saúde. Inédito no hospital, o dispositivo Neutrino NxT HF traz mais praticidade e segurança para o paciente e para o corpo clínico. Foi implantado pela primeira vez em um paciente no Brasil, em 2021, em Blumenau, no Hospital Santa Isabel, que também faz parte da Rede Santa Catarina. 

O cardiodesfibrilador é indicado para pacientes com ritmos cardíacos anormais, males que afetam cerca de 20 milhões de brasileiros. Diferente do marca-passo, o CDI pode trabalhar tanto quando há taquicardia (aceleração dos batimentos) quanto braquicardia (diminuição anormal do ritmo cardíaco). Assim como os outros aparelhos com a mesma função, o equipamento analisa se existe alguma alteração no ritmo do coração e quando acionado emite pulsos elétricos que permitem o retorno dos batimentos ao ritmo normal. 

“O paciente elegível é o que tem uma doença cardiológica com uma queda da força de contração do coração, que chamamos de fração de ejeção, em geral, abaixo de 35 a 45%. Existem alguns critérios de exclusão como qualquer doença orgânica instável, por exemplo doenças hematológicas, oncológicas e pulmonares. Não há contraindicação de faixa etária”, explica Nilton Carneiro, médico cardiologista do Hospital Santa Catarina – Paulista. 

Devido à bateria, o CDI tem uma vida estimada de sete a oito anos. No entanto, essa longevidade pode variar de acordo com o número de vezes que o dispositivo precisa ser acionado. Com o esgotamento da bateria, o dispositivo precisa ser trocado em uma nova cirurgia. 

Monitoramento via Bluetooth no APP

Um pouco maior que o marca-passo comum, o Neutrino NxT HF é implantado na região peitoral, abaixo da clavícula. Possui três eletrodos, sendo implantados dois do lado direito do coração e um do esquerdo, posicionados no coração. O processo operatório e o pós-operatório seguem o mesmo padrão dos dispositivos comuns. 

Após ser colocado, o dispositivo é pareado via Bluetooth com o app myMerlinPulse, que agiliza a comunicação entre médico e paciente. O aplicativo é instalado no Smartphone do paciente, um dos grandes diferenciais do dispositivo, pois a maioria dos implantes requerem um dispositivo exclusivo para o monitoramento. Isso traz mais praticidade e facilidade, já que é possível acompanhar o funcionamento do CDI sem precisar de outro equipamento. A transmissão é feita direto pelo celular do paciente, objeto que grande parte da população carrega o dia inteiro. 

No aplicativo, o paciente tem acesso aos dados da bateria do dispositivo implantado e ao histórico de transmissões feitas pelo aparelho, ou seja, se as transmissões foram bem-sucedidas ou não, assim como o status da conexão entre o celular e o dispositivo do paciente. Com esses dados, o paciente se sente mais seguro em saber que tudo está em conformidade e que eventos importantes serão vistos pelo seu médico. 

Alertas à distância e prevenção

Do lado médico, o profissional consegue monitorar, por meio de uma interface online, diversos dados referentes ao paciente e ao dispositivo, como episódios de arritmia, integridade do dispositivo implantado e várias outras informações que podem possibilitar uma ação rápida do corpo médico quando necessário. O médico recebe alertas quando o dispositivo registrar algum evento anormal ou que exija uma maior atenção. 

Esse monitoramento contínuo permite uma intervenção mais rápida quando necessária. Dados mostram que equipamentos que permitem o acompanhamento remoto auxiliam na prevenção de ocorrências cardíacas e diminuem a necessidade de internação. 

“O CDI começa a funcionar mesmo quando ainda não há sintomas e já notifica o paciente, e o médico. Esse é o grande diferencial do cardiodesfibrilador da Abbott. Você consegue detectar um problema antes de ficar mais grave e evitar internações ou maior gravidade da arritmia”, conclui o cardiologista do Hospital Santa Catarina.

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