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IA deve revolucionar tratamento do câncer de endométrio, diz oncologista

por Redação
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O câncer de endométrio e os usos da inteligência artificial (IA) foram os grandes protagonistas do encontro anual da Sociedade de Ginecologia Oncológica (SGO, na sigla em inglês) sobre câncer feminino, ocorrido em março em Tampa, na Flórida. O câncer ginecológico é um dos mais incidentes nas mulheres, sendo que os três órgãos do sistema reprodutor feminino mais acometidos por tumores malignos são os de colo do útero, ovário e endométrio, que somam 32,1 mil novos casos anuais, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Este número representa 13,2% de todos os casos de câncer diagnosticados nas brasileiras, excluindo o câncer de pele não melanoma.

Uma das novidades do evento foi a revelação de que ferramentas de IA demonstraram ser possível selecionar de maneira mais rápida e com baixo custo quais são os subtipos moleculares do câncer de endométrio. “Além do diagnóstico do subtipo histológico do câncer de endométrio, a identificação do subtipo molecular é uma pré-condição importante para o tratamento eficaz da doença. A vantagem importante da nova estratégia no procedimento é que os dados moleculares necessários podem ser obtidos exclusivamente pela avaliação da lâmina, sem imuno-histoquímica ou sequenciamento, com potencial impacto em celeridade diagnóstica e redução de custos “, afirma a oncologista Angélica Nogueira-Rodrigues.

A médica esteve entre os especialistas que organizaram o encontro e destaca que o evento forneceu um fórum valioso para a troca de ideias e informações que moldarão o futuro do tratamento do câncer e da comunicação em saúde. “O tratamento do câncer está evoluindo rapidamente graças aos avanços na tecnologia médica e os usos da IA na medicina vêm crescendo em muitas áreas sendo cada vez mais importante avaliar as possibilidades e os riscos na prestação de cuidados de saúde e na pesquisa médica”, diz Angélica.

Focando nos avanços científicos, dois ensaios clínicos apresentados, publicados simultaneamente no New England Journal of Medicine, mostraram resultados promissores para o tratamento de câncer de endométrio avançado ou recorrente, oferecendo esperança para pacientes e suas famílias. “Os resultados desses estudos sugerem que podemos estar diante de uma nova era de opções de tratamento para mulheres com câncer de endométrio avançado. A combinação dessas novas terapias com tratamentos existentes pode melhorar significativamente os resultados para nossos pacientes”, avalia a médica PhD em oncologia clínica.

Imunoterapia e as novas descobertas contra o câncer de endométrio

A imunoterapia é um tipo de tratamento contra o câncer que usa o sistema imunológico do corpo para combater as células cancerígenas. O sistema imunológico é responsável por identificar e atacar substâncias estranhas, como bactérias e vírus, e pode também reconhecer células cancerígenas como estranhas e destruí-las. Os imunoterápicos podem potencializar o sistema imunológico para identificar e destruir células cancerígenas e têm apresentado significativa eficácia no tratamento de uma grande variedade de tipos de câncer.

Combinação de quimioterapia e imunoterapia pode ter efeitos sinérgicos no tratamento do câncer de endométrio

O estudo Ruby, Dostarlimabe para câncer de endométrio primário avançado ou recorrente, publicado no dia 27 de março no New England Journal of Medicine, revelou que a combinação de imunoterapia e quimioterapia aumentou significativamente a sobrevida livre de progressão entre pacientes com câncer de endométrio primário avançado ou recorrente. O imunoterápico dostarlimabe é um tipo de medicamento que tem como alvo uma proteína chamada PD-1, receptor presente na superfície de células do sistema imunológico. No estudo, as mulheres que receberam dostarlimabe combinado à quimioterapia tiveram melhores resultados em taxa e duração de respostas em comparação àquelas que receberam quimioterapia isolada.

Outro estudo, Gyn 18, Pembrolizumabe associado à quimioterapia no câncer de endométrio avançado, testou a combinação de um medicamento chamado pembrolizumabe e quimioterapia. O estudo incluiu 797 pacientes para receber de forma aleatória o novo tratamento ou um placebo e quimioterapia. Os resultados mostraram que o tratamento em teste aumentou taxas de resposta e de controle da doença, com efeitos colaterais dentro do já conhecido e esperado para quimioterapia e imunoterapia.  “Esta é uma excelente notícia para mulheres com câncer de endométrio, contexto clínico em que houve poucos avanços nas últimas décadas e agora duas opções com potencial de impactar significativamente o controle da doença”, afirma a oncologista.

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