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Empresas devem apoiar empregados que cuidam de familiar idoso

por Fátima Macedo
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Envelhecer é o curso natural da vida, um processo pelo qual todos iremos passar e que, inclusive, se inicia a partir do momento em que nascemos. Em muitos países do continente asiático o envelhecimento é significado de respeito, orgulho e sabedoria pela jornada de uma vida dedicada ao trabalho e à família.

Segundo dados do IBGE, a população de pessoas com 60 anos ou mais cresceu de 11,3% para 14,7%, no período de 2012 a 2021, o que representa um aumento de 39,8%, saltando de 22,3 milhões para 31,2 milhões de indivíduos nessa faixa etária.

Considerando que quase todos os brasileiros convivem com idosos em seus núcleos familiares, uma questão torna-se fundamental quando essa realidade é levada ao ambiente de trabalho: como acolher e dar suporte ao trabalhador que tem a responsabilidade de cuidar de um idoso?

Estamos falando de idosos em situação de cuidados constantes, com perda de autonomia, muitas vezes causada por doenças como Alzheimer ou Parkinson, e que precisam de um acompanhamento ininterrupto.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Gerontologia, estima-se que quase 2 milhões de pessoas com idade acima de 60 anos têm demências, sendo que cerca de 40% a 60% delas são do tipo Alzheimer.

Nesse contexto, é fundamental que as empresas e organizações entendam e apoiem os funcionários cujos familiares próximos — pai ou mãe, ou ambos —  estejam nessa situação.

Ainda de acordo com dados do IBGE, de 2016 para 2020 o número de pessoas que se dedicavam a cuidar de idosos saltou de 3,7 milhões para 5,1 milhões. Com o envelhecimento e adoecimento de avós e pais as pessoas que trabalham passam a ter uma jornada dupla ou, por vezes, tripla, obrigatória, precisando cumprir as obrigações do trabalho com qualidade, pois ao chegar em casa têm de cuidar do idoso em praticamente todo o seu tempo restante e ainda dar conta dos cuidados da casa e dos filhos. Essa é a realidade de muitas pessoas, em especial das mulheres. Isso gera uma estafa mental muito grande, podendo levar ao estresse e ao esgotamento da saúde mental e física dessa pessoa, e ainda levar a quadros ansiosos ou depressivos.

Esse apoio deve partir, primordialmente, das lideranças. Estar próximo de seus times, garantir a segurança psicológica, e entender que pode acontecer de alguém da equipe não estar bem por situações como essas e ter, inclusive, que se ausentar do trabalho para resolver situações urgentes com esse familiar, sem que isso se torne mais um problema em sua vida ou sofra represálias, é um suporte muito importante que faz com ele se sinta acolhido e respaldado.

A empresa deve, ainda, disponibilizar o apoio emocional aos colaboradores que enfrentam esse tipo de situação. Atendemos a várias empresas com esse suporte, criando canais de atendimento psicoterapêutico, com profissionais que atendem 24 horas por dia.

Ações como essas impactam diretamente nos resultados das organizações, pois diversas pesquisas apontam que trabalhadores motivados são mais produtivos, criativos, colaborativos e inovadores. Sabemos que os resultados influenciam positivamente na produtividade das empresas. Mas, acima de tudo, estamos falando de humanidade.

*Fátima Macedo é psicóloga especialista em saúde mental do trabalhador e CEO da Mental Clean.

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