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Especialista diz que 80% dos casos de câncer de intestino podem ser evitados

por Redação
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Os exames de rotina podem evitar 80% dos casos de tumores colorretais provenientes dos pólipos intestinais. A afirmação é do médico João Antonio Schemberk Jr, cirurgião do aparelho digestivo e endoscopista do Eco Medical Center, em Curitiba. “São pequenas lesões, semelhantes a uma verruga, que ocorrem dentro do intestino e vão se transformando em câncer em um período de oito a dez anos. Se é feito um acompanhamento médico adequado, com a realização dos exames necessários, é possível remover essa lesão antes que ela se torne um câncer, o que faz com que tumores malignos do intestino sejam um dos únicos possíveis de prevenir”, alerta.

Neste mês é celebrado o “Março Azul-Marinho”, voltado para a prevenção e conscientização do câncer colorretal, que se origina no intestino grosso, também chamado de cólon, e no reto, região final do trato digestivo e anterior ao ânus.

O câncer colorretal é o terceiro tipo mais comum na população brasileira, atrás apenas do câncer de pele e de mama nas mulheres e de próstata nos homens. Somente no Paraná são esperados 7 diagnósticos ao dia, segundo a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), que aponta 2.560 novos casos para o estado e 45 mil em todo o país, em 2023.

A taxa de incidência de câncer de intestino no Paraná é uma das maiores do Brasil, com cerca de 20,8 casos a cada 100 mil habitantes, atrás apenas do Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.

O médico Thiago S. Chamma, que também é endoscopista do Eco Medical Center, ressalta que alguns hábitos de vida são considerados fatores de risco. “Sabemos que este tipo de câncer é mais comum após os 45 anos de idade e fatores como o sedentarismo, obesidade, consumo exagerado de carnes vermelhas, embutidos, alcoolismo, tabagismo, diabetes tipo 2, histórico familiar ou pessoal de pólipos ou câncer de intestino, de doença inflamatória intestinal (doença de Crohn, por exemplo) e o baixo consumo de alimentos ricos em fibras aumentam o risco de o paciente desenvolver a doença. A boa notícia é que é possível optar por uma alimentação balanceada e pela prática regular de atividades físicas”, ressalta.

A colonoscopia é o único exame que pode identificar e remover os pólipos intestinais que podem evoluir para o câncer de intestino. Os pólipos são retirados e encaminhados para um exame de biópsia, que aponta se a lesão é benigna, pré-cancerígena ou cancerígena. Não existem causas específicas para o desenvolvimento de câncer intestinal, mas a herança genética é um fator importante nesses casos.

Quem tem histórico familiar deve ficar ainda mais atento. Apesar de ser mais comum em idades avançadas, casos de câncer de intestino em pacientes jovens, a partir dos 20 anos de idade, também podem ocorrer. “É cada vez mais comum receber em consultório casos de jovens com tumores intestinais, que muitas vezes estão relacionados aos hábitos de vida”, disse Schemberk Jr.

Sinais de alerta

Devido a alta incidência deste tumor é importante que todos fiquem atentos aos sinais para procurar um especialista. “Alteração no ritmo intestinal, dor ou cólica abdominal, presença de sangue nas fezes, emagrecimento e anemia sem causa aparente devem ser avaliados”, explica  Chamma.

Os sinais iniciais ou a chegada da idade de acompanhamento levam a necessidade de realização de exames. “O exame de fezes para avaliar a presença de sangue oculto é muito comum e também a colonoscopia, avaliação na qual o paciente é sedado para a avaliação da mucosa intestinal, procurando por possíveis alterações, como é o caso dos pólipos”.

A colonoscopia é indicada para todas as pessoas com mais de 45 anos, histórico familiar de câncer de cólon e para aquelas que apresentam sintomas de alterações intestinais. O tempo de intervalo entre os exames é definido em consulta médica de acordo com o caso de cada paciente.

Diagnóstico e tratamento

Mesmo nas situações nas quais o pólipo já se tornou um câncer, o diagnóstico precoce é essencial para aumentar as chances de cura, conforme explica a médica Diesica Nalena Prochnow, coloproctologista do Eco Medical Center. “O tratamento depende do estadiamento do tumor, ou seja, o quanto ele já se espalhou pelo corpo. Em alguns casos iniciais é possível fazer a remoção (ressecção) por colonoscopia ou por cirurgia minimamente invasiva. Já quando o tumor está mais avançado, além de cirurgias abdominais maiores, o paciente pode precisar de quimioterapia ou radioterapia”, explica a especialista.

A demora na realização do exame para identificação do câncer permite que ele cresça e se espalhe. “Pode levar células cancerígenas para outros órgãos, como pulmão, fígado, ossos… E quando isso acontece é muito difícil o tratamento, pois trata-se de uma doença metastática, onde a cura é bem difícil de ser conquistada.”

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