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SBCO leva campanha ‘Não dá para esperar’ para cidades brasileiras

por Redação
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A Ação Nacional de Combate ao Câncer (ANCC), promovida pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), acontece neste próximo domingo, 27, com atividades simultâneas em cidades como Manaus, Belém, Imperatriz, Campo Grande, Londrina, Maceió, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Ribeirão Preto, São Paulo, Blumenau, Londrina, Pelotas e Santa Cruz do Sul. Objetivo é alertar a população para importância do cuidado com a saúde e retomada dos exames de rastreamento

Nos dois últimos anos, os números relacionados ao tratamento oncológico foram impactados pela pandemia de Covid-19. Com quedas expressivas nos procedimentos diagnósticos e nas cirurgias, os casos graves de câncer tendem a aumentar — fato que, infelizmente, também afetará as taxas de mortalidade em nosso país. E, como o câncer é uma doença complexa, muitas vezes agressiva e de rápida progressão, é fundamental chamar a atenção das pessoas para a necessidade de retomar, com uma certa urgência, os cuidados de saúde, incluindo exames de rastreamento e principalmente, a atenção a sinais e sintomas que podem indicar a presença da doença.

Diante deste cenário, com a proposta de conscientizar a população sobre a importância do cuidado com a saúde, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) promove a campanha “Não dá para esperar. Cuide-se. O câncer não ficou de quarentena” em diferentes cidades do país no domingo, Dia Nacional de Combate ao Câncer e da tradicional Ação Nacional de Combate ao Câncer (ANCC), realizada anualmente pela SBCO e que, neste ano, volta a ser presencial, além do amplo conteúdo qualificado que é disseminado pelas mídias sociais.

A ANCC 2022 chega presencialmente nas manhãs do domingo em locais como o Complexo Turístico de Ponta Negra, em Manaus, na Rodoviária de Salvador, no ponto turístico Beira Rio em Imperatriz, Portal da Amazônia em Belém, Parque Carlos Raya, em Ribeirão Preto, Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande , em frente ao Lopana, na avenida Beira-Mar em Maceió , Shopping Park Europeu, em Blumenau, Praia do Laranjal, em Pelotas (RS), dois locais em Santa Cruz do Sul (RS) – sendo, pela manhã no Lago Dourado e à tarde na Praça da prefeitura; no Lago Igapó, em Londrina (PR); na Rodoviária do Rio no Rio de Janeiro (RJ), na Praça da Liberdade em Belo Horizonte (MG) e na Terminal Rodoviário Tietê, em São Paulo (SP).

Os locais contarão com a presença de médicos membros da SBCO e acadêmicos das ligas de oncologia local. Haverá espaços customizados da campanha, com orientações sobre exames de rastreamento de câncer como mamografia, colonoscopia, papanicolau, toque prostático e dosagem de PSA e distribuição de materiais educativos sobre prevenção e diagnóstico precoce dos tipos mais incidentes de câncer.

“A ação estará presente em pontos estratégicos, buscando sensibilizar a população de nosso país para a importância de cuidar da saúde. Por conta do atraso de diagnósticos, falta de exames de rotina e consultas médicas durante a pandemia do Covid-19, os pacientes estão chegando especialistas com doenças mais avançadas. É necessário um esforço coletivo de sociedades científicas como a SBCO, imprensa, redes sociais, empresas e agências para promovermos informações de saúde para nossa população”, ressalta o cirurgião oncológico Héber Salvador, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica.

Novos casos estimados pelo Inca para 2023-2025

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) anunciou nesta quarta, 23. as estimativas de novos casos anuais para o triênio 2023-2025. Os casos anuais de câncer esperados saltaram de 625 mil para 704 mil. A incidência de câncer de mama saltou para 73.610 e os demais mais comuns nas mulheres são colorretal, colo do útero, pulmão e tireóide. Em homens, o mais comum segue sendo o câncer de próstata, que saltou para 71.300 novos casos anuais, seguido por colorretal, pulmão, estômago, cavidade oral e esôfago.

Distribuição proporcional dos dez tipos de câncer mais incidentes estimados para 2023 por sexo, exceto pele não melanoma*

Localização primária Casos %
Próstata 71.730 30,0%
Cólon e Reto 21.970 9,2%
Traqueia, Brônquio e Pulmão 18.020 7,5%
Estômago 13.340 5,6%
Cavidade Oral 10.900 4,6%
Esôfago 8.200 3,4%
Bexiga 7.870 3,3%
Laringe 6.570 2,7%
Linfoma não Hodgkin 6.420 2,7%
Fígado 6.390 2,7%
ilustração de bonecos representando a figura masculina a esquerda, e feminina a direita
Localização primária Casos %
Mama feminina 73.610 30,1%
Cólon e Reto 23.660 9,7%
Colo do útero 17.010 7,0%
Traqueia, Brônquio e Pulmão 14.540 6,0%
Glândula Tireoide 14.160 5,8%
Estômago 8.140 3,3%
Corpo do útero 7.840 3,2%
Ovário 7.310 3,0%
Pâncreas 5.690 2,3%
Linfoma não Hodgkin 5.620 2,3%

*Números arredondados para múltiplos de 10

Levantamento divulgado pela SBCO quantificou o impacto da pandemia de Covid-19 nas cirurgias de câncer em geral e nos exames de rastreamento populacional de câncer de mama, próstata, colorretal e colo do útero no Sistema Único de Saúde (SUS). A partir da base de dados TabNet/DataSUS, do Ministério da Saúde, a SBCO identificou que, comparado com 2019, foram realizadas 19.111 cirurgias oncológicas a menos em 2020, 15.450 a menos em 2021 e 19.254 a menos em 2022. Os dados de 2022 consideram os números disponíveis até junho, desconsiderando julho e agosto por conta de dados que podem ainda não ter subido nas bases do DataSUS.

Somando o represamento dos anos de 2020 e 2021 e o primeiro semestre de 2022 – tendo como base o ano de 2019 (o último antes da pandemia) – são 53.815 cirurgias oncológicas que deixaram de ser realizadas durante a pandemia no Sistema Único de Saúde. “O maior complicador é que não houve redução do número de casos de câncer. O que ocorreu foi o represamento dessas cirurgias. E muitas, que foram realizadas, chegaram para em fase mais avançada”, alerta o cirurgião oncológico e presidente da SBCO, Héber Salvador.

Até 2040, a demanda por cirurgias relacionadas ao câncer, segundo estudo publicado na revista The Lancet, deve aumentar 52%, chegando a 13,8 milhões de procedimentos nos próximos 20 anos. Para dar conta desse cenário, estima-se que quase 200 mil cirurgiões e 87 mil anestesistas adicionais sejam necessários para cumprir o desafio. Além disso, também será preciso melhorar os sistemas de saúde para evitar mortes decorrentes de complicações pós-operatórias.

Queda dos exames de rastreamento de câncer

A estimativa do Inca, anunciada antes da pandemia, era que seriam registrados 626 mil novos casos de câncer por ano no Brasil no triênio 2020-2022. Os dados levantados no DataSUS apontam que, exclusivamente no sistema público, foram 351 mil novos casos diagnosticados em 2020 e 368 mil novos casos em 2021. Antes da pandemia, em 2019, foram 386.485 novos casos.

A SBCO, a partir do TabNet/DataSUS, levantou como a Covid-19 refletiu no rastreamento de câncer. O programa de screening, denominado no Brasil como rastreamento, é o conjunto de métodos aplicados para o diagnóstico precoce do câncer ou descoberta de lesões pré-cancerosas em determinada população que não apresenta sinais ou sintomas de câncer. Como base nisso, a entidade levantou os dados de biópsias de mama e próstata, assim como de colonoscopia e Papanicolau.

Foram realizadas 43.045 biópsias de mama em 2019, caindo para 34.889 em 2020 e uma retomada em 2021 para 41.005, refletindo em 10.186 biópsias a menos nos dois primeiros anos da pandemia. No mesmo período, houve o represamento de 14.123 biópsias de próstata. Essenciais para retirar lesões pré-malignas no intestino grosso, foram 148.111 colonoscopias represadas no período. Já o exame de Papanicolau, por conta de seu volume de procedimento, registrou a mais alarmante: mais de 2,2 milhões de exames a menos em 2020 e 2021.

  2019 2020 2021 Total represado em 2020/2021
Biópsias de mama 43.045 34.889 41.005 10.186
Biópsias de próstata 40.408 31.888 34.805 14.123
Colonoscopia 347.098 241.329 304.756 148.111
Papanicolau 3.286.173 1.893.794 2.471.989 2.206.563

De acordo com o cirurgião oncológico e presidente da ANCC 2022, Marcos Gonçalves Adriano Jota, a importância da ação nacional está em poder direcionar a informação àqueles que mais precisam saber sobre o câncer e quais exames periódicos realizar: o público-leigo. “Mesmo com novas variantes de Covid-19 e potencial risco de nova onda, a maioria da população está imunizada e mais segura. É nossa missão trabalhar pela retomada dos cuidados e exames periódicos e que a população tenha, em dia, a sua mamografia, toque retal, toque prostático e PSA, colonoscopia, dentre outros exames de rastreamento, assim como os meninos e meninas vacinados contra o vírus HPV”, ressalta.

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